depois das renováveis, as perenes
separo embalagens para reciclar
e com isso gasto tempo e energia
que podia gastar a escrever manifestos
ou a fazer filmes sobre reciclar.
qualquer acção é geradora
umas numa direcção outras noutra
a preguiça é um exemplo de energia que gera situações
apesar de parecer que não gera nada de nada.
há vários tipos de energias geradoras
umas geram através do esforço: transformam
outras geram através do não esforço: limitam-se a permitir a transformação
outras ainda conseguem gerar inversamente: impedindo a transformação, levando-a por novos caminhos
por isso
o tempo é energia
o movimento é energia
um riso é energia
ou um grito
um choro
uma depressão
uma doença
uma viagem
um castigo
um trabalho
uma sesta
um abraço
uma cópula
uma flor
um som
um caminho
um campo
uma cidade
um buraco
enfim
um enfim...
Irundinhas e Merlos
Se o nome latim da espécie das andorinhas é
Hirundinidae
elas devem ter sido chamadas de Irundinhas
antes de serem Andorinhas.
Faz sentido porque já ouvi muita gente do
Redondo chamar-lhes Indurinhas ou
Endorinhas. Imagino que deva ter sido assim:
Hirundinas
Irundinhas
Indorinhas
Endorinhas
Andorinhas.
Já o Melro, a história parece ser mais
pequena, mas parecida: ainda há no Redondo
quem lhe chame Merlo, que vem sem dúvida
ainda do latim Merulo. Não foram os
redondenses que tropeçaram na língua.
Alguém o fez antes deles e agora vem nos
dicionários que se diz Melro e não Merlo.
as andorinhas já chegaram a
Portugal Continental
aqui não há andorinhas, mas há melros.
Bonitos!
mãozinhas de ouro
o Julião ainda não diz nenhuma palavra reconhecível
nem deu mais do que um ou dois passos sem ajuda
e vai fazer um ano no dia 26 de Fevereiro.
Mas não tem estado a desperdiçar o seu tempo.
ele já sabe
carregar no comando, enquanto olha para a tv
acender e apagar a luz dos candeeiros da sala
e... desenhar!
(foi a primeira composição que ocupou o quadro todo)
é um rapaz que gosta de manipular objectos...
aos mais ansiosos:
não estamos a descurar os deveres principais do Julião,
falamos muito e andamos muito com ele.
mas ele é que escolhe o que lhe interessa mais e quando.
só de passagem
para agradecer a quem veio aqui ao meu blog.
e para dar um pequeno conselho que logo a seguir vou cumprir:
larguem esse computador, endireitem as costas, levantem-se da cadeira
e vão fazer uma cena qualquer ou não vão fazer nada.
sabem porquê?
porque é fixe!!
Tradição? Folclore!
Fui ver ao cinema um filme que se chama "O primeiro choro". Uma viagem à volta do mundo num dia de eclipse, a ver como as mulheres dão à luz. Apesar de algum gosto duvidoso presente no filme, até era um filme interessante. Mais pelo que dava a conhecer do que pela forma como estava feito.
Uma das conversas recorrentes entre as mães civilizadas do filme era que era necessário parir de forma tradicional. Que desde sempre as mulheres tiveram filhos, que elas foram feitas para isso, que os hospitais são sítios horríveis e frios para se vir ao mundo neles et tout ça.
hmm mmm... ok. Quando as mulheres tinham os filhos da forma "tradicional" e morriam às dezenas e perdiam filhos e etc, descobriram uma forma de fazer nascer pessoas em que se diminuia imenso o risco de alguém morrer e andaram a fazer campanha a todas as mulheres para irem ter os filhos ao hospital.
É a história da esterilização. Quando a humanidade era muito porquinha e morriam milhares de pessoas devido à falta de higiene, inventou-se a estirilização. E hoje em dia advertem-se as pessoas que demasiada estirilização pode dar origem a alergias, entre outros males lixados.
Pffu... a humanidade porta-se sempre mal, é o que é. Ora não se lava ora desperdiça água...
E pronto, grávidas, vamos lá voltar à tradição tradicional ancestral das nossas antepassadas mulheres parideiras! Mas a qual tradição, pergunto eu!!?? À da minha avó? À da minha bisavó? À da minha minha tetravó? À da minha tataritotelavó? À da macaca primordial? À da Eva?? Se julgam que a tradição é uma coisa estanque e acabada que resolve tudo em si, não julguem. Tudo se altera, tudo se alterou ao longos dos tempos e dos lugares.
Entre nós, a tradição resultou nas maternidades (o tempo de hoje é sempre resultado do tempo de ontem), e pelos vistos agora está a mudar para uma coisa mais caseira e íntima, menos rígida e mais ao gosto da mulher actual. É UMA COISA ACTUAL e não tradicional. Até porque tradicional não quer dizer nada... é como as danças dos ranchos folclóricos. São tradicionais? Não. São inspiradas numas coisas que houve durante uns tempos lá nuns sítios. Com umas roupas lavadinhas e engomadinhas e de lindas cores artificiais que nunca houve umas assim antes de hoje! No fundo são coisas de agora e pronto.
boom & reds
são os desenhos animados preferidos
do Julião e dos seus amados pais
um episódio são 1000
porque só muda o desenho
mas mesmo repetidos
ou talvez mesmo por isso
adoramos sempre ver
bum, bum, bum à reds