O jogo de futebol, esse filme.

Até no tempo que duram, são parecidos. Um jogo de futebol e um filme são ambos entretenimento e uma hora e meia de entretenimento é bom para o ser humano. Menos que isso sabe a pouco, mais que isso cansa.

Nunca podemos esquecer que o ser humano tem caprichos e limites e que tudo o que é humano é feito à escala humana. Por isso é que filmes como “Drawing Restraint 9” são tão insuportáveis porque exigem o inumano de nós. Para fazer um filme temos que entender o que é um filme. E é um bocado de tempo que alguém se dispõe a passar em frente a um ecrã para viver sentimentos e emoções. Não existem muitas formas de viver sentimentos sem ser da mesma forma que os vivemos na vida real: com história. As histórias são quase sempre vividas da mesma forma: “Eu e o que eu consigo ser no mundo”. Os melhores filmes têm o herói com o qual nos identificamos, o qual somos. Os melhores jogos são os que têm a nossa equipa, a equipa que somos nós.

A gestão da atenção e das energia, o que faz o ritmo de um filme um bom ritmo é das tarefas mais sensíveis no processo de fazer um filme. É também o que nos faz ficar contentes com um jogo de futebol. A receita base não é complicada, utilizamo-la para tudo, até no sexo. Se começarmos de forma branda e formos aquecendo gradualmente até um ponto máximo (clímax) e nos despedirmos de forma grandiosa está o sucesso garantido. Mas isto é só a base, as variações no interior da base são múltiplas, é só preciso criatividade e sensibilidade.

Grandes histórias são as que nos deixam impacientes por saber o final e isso só pode acontecer enquanto ainda esperamos que no final pode acontecer qualquer coisa e só há uma coisa que nós queremos. E essa coisa é sempre ganhar. No futebol isso é mais óbvio, mas mesmo nos filmes não deixa de ser verdade, ainda que às vezes para ganhar mais seja preciso perder. O Romeu e a Julieta ganham muito mais morrendo do que ganhariam ficando juntos e vivos. Por isso é que os grandes jogos de futebol não são aqueles em que a nossa equipa é esmagadoramente vitoriosa do princípio ao fim do jogo, mas antes aqueles em que temos que lutar sempre até ao fim. Esses vale sempre a pena ver, de olhos colados no ecran.

As pessoas não vêm tanto futebol quanto vêm filmes? Quando vêem filmes, as pessoas já sabem que “aquilo é tudo mentira”. Mas no futebol, que não é menos mentiroso que o cinema, ainda há muito quem acredite. E isso é tão poético, que me comove. Gostava muito que se vissem filme com tanta emoção com que se vê o futebol. Eu vejo filmes com muito mais emoção que jogos de futebol, mas nunca saltei a gritar dentro de um cinema. Porque apesar de tudo, há sempre coisas mais fortes que nós, na vida. J Ganhar-lhes seria um jogo, um filme.

Esperemos que este filme em episódios do mundial acabe bem.

1ª imagem: Esmeralda e a bola da Esperança
2ª imagem: Deco e Javad Nekounam (Irão) e a bola TeamgeistTM.

A Esmeralda e o Carlos







Não sei como se publicitam coisas. Por isso é que não vêm muitas pessoas a este blog. Mas para quem vem ficam aqui as primeiras imagens "públicas" do filme que quase de certeza se vai chamar "Carlos Alberto", mas pode muito bem vir a chamar-se qualquer outra coisa.




Como é que se escolhem as imagens para serem as primeiras aparições públicas de em filme que só tem 19.500 imagens no total? (13min. vezes 25 img/seg). As longas metragens costumam
ter cerca de 180.000 imagens no total.

As imagens mais bonitas devem ser guardadas para quem vê o filme? Mas tinha que escolher umas suficientemente boas para vos fazer querer ver o filme.

Não quero dar uma ideia errada do filme, por isso tenho que escolher "stills" que mostrem de que se trata, mas que também não sejam demasiadamente reveladores!

Há planos gerais que podiam servir, mas estes stills que aqui vos trago são de tão má qualidade que não aguentem mais que o tamanho mínimo e então tudo o que havia nos planos gerais iria ficar mesmo assim minúsculo e não se via nada.

Por isso são estas as imagens escolhidas. Por agora.