O Ócio II



O Ócio, se fecundo, é aceitável?

E o não fazer nada, por não fazer nada? Mas rigorosamente nada?

É inaceitável? Ou simplesmente impossível?

Estar a fazer rigorosamente nada, só depois de muito trabalho. Que os digam os monges budistas, treinados na meditação, no não pensar.

I'm softly walking on air

Tenho a capacidade de conseguir perceber tudo ao contrário.
Especialmente as letras das músicas, e se forem em estrangeiro, então!

A Björk canta assim:

"I'm softly walking on earth
Half way to heaven from here
uuuuuuuuuuh uh"

eu sempre ouvi, até vir ver à net a letra da música:

"I'm softly walking on air
Half way to have not frontiers
uuuuuuuuuuh uh"

e gosto muito das duas "versões"
mas sinto-me mais vezes como na "minha versão", mesmo que em inglês as coisas não se digam assim.


I'm feeling like that right now, baby!

Outros Campos Redondos

Ócio?
























Podem ir, no google maps, a todas as cidades portuguesas e espanholas - e a Roma!!, à procura do círculozinho. O campo redondo, pequeno ou grande. O campo da glória, o campo da vergonha. O ex-estádio, a passerelle à antiga. O divertimento. O circo. O pão e o circo.

A praça de touros.




1. Campo Pequeno, Lisboa, Portugal
2. Plaza de Los Califas, Córdoba, España
3. Coliseu Romano, Roma, Itália

O Ócio I



A Ciência e a Cidade - Debates
Fundação Calouste Gulbenkian
24 de Maio de 2006 (Quarta-Feira)
Auditório 2 - 18h
O Ócio
Fernando Catarino
Jubilado da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

Evite o contacto

No Saldanha, vi uma senhora com uma menina a mexer nas vacas. A MEXER. Fiquei curiosa, porque as vacas dizem para a gente evitar o contacto e aquela senhora e menina tinham todo o ar menos o de quem quer desrespeitar autoridades. E não é que as vacas fossem daquele tipo em que é especialmente bom mexer. Mas quando me aproximei vi que a menina era cega.

A senhora estava a guiar a menina pelas vacas, a menina mexia, a senhora explicava-lhe as cores, o nome, quem tinha feito e etc. E acabava sempre a dizer: "muito gira".

Gostava muito de ver as vacas que a menina estava a ver. Aquela frase final: "muito gira", devia ajudar imenso. Ela devia desenhar umas vacas mesmo giras lá na cabeça dela.

Aos cegos, deve-se dizer quando uma coisa é feia? Ou devia-se tirar partido da capacidade que têm (não ver coisas feias)? Mas ganha-se alguma coisa em se imaginar tudo bonito? Aliás, será isso possível?

Fazia as mesmas perguntas em relação à arte, se eu quisesse, se nunca ninguém o tivesse feito. Se não tivesse que ir fazer um trabalho sobre o Bergman. Bom-Dia!!




Evitar o contacto com a obra é melhor do que não mexer.

Más notícias








O Campo Pequeno, que fica aqui a 200 metros, vai passar a ter uma actividade diferente.
O elevador do meu prédio já não vai mais ser o mesmo.
Isso chateia-me muito muito mais do que não ter dinheiro nenhum.

















Custa-me mais o centro comercial, a estúpida entrada e o elevador do que qualquer tourada.

Foi ontem a cerimónia oficial de abertura. Vi um bocadinho na TV (liguei-a porque ia ver um filme do Bergman, em video). Que mega-produção! Eu nem sabia o que era. Mas depois vi que no fundo atrás dos dançarinos estava desenhado o.... Campo Pequeno (!) visto do lado de fora! uau
Depois tocaram o hino e toda a gente se levantou e cantou, mas não cantaram muito alto, porque eu fui à janela ver se ouvia e não ouvi nada.

Faz-me muita impressão ver uma coisa na TV que está a acontecer a 200 metros de mim e não posso ver ao vivo. É que ainda compreendo que as pessoas do campo tenham que usar a TV para ver coisas que estão longe. Mas estar num sítio e ficar à frente da TV a ver um acontecimento que está a acontecer no mesmo sítio não me cabe na cabeça. É o mesmo do que tar a ler um livro a 10 metros com binóculos.





































O elevador do meu prédio era dos que tinham grade em cruz diagonal, agora vai ter portas cinzentas, com uma tira de vidro fosco do lado.


Despeço-me com esta imagem. Até... à... próxima.

É desta que eu tenho um blog como deve ser.

























Desta é que é. Hoje é domingo e o tempo está assim como o outro. Quem fosse cego e caísse de pára-quedas aqui no quarto e ouvisse o que se passava pensava que estava no campo. Exceptuando o teclar só se ouve um cão e muitos pássaros. Um carro de vez em quando. Um avião de vez em quando! Mas eu estou em Lisboa! Em Lisboa Lisboa, não é em Loures ou isso! Aqui no centro! A 100 metros da Av. da República! É domingo, ao domingo não se faz barulho.

Quem vem do Saldanha pela Avenida da República afora até ao Campo Grande e continua vagamente no mesmo sentido há-de ir dar a uma Alameda chamada "Alameda das Linhas de Torres". É um nome que é difícil de dizer, porque não é "Alameda da Linha das Torres", nem "Alameda de Linhas das Torres" nem nada. É "Alameda das Linhas de Torres".

Sempre tinha achado que para além de feia, a Alameda tinha um nome que não lembrava a ninguém. E não lembra. Como a Alameda até tem uns prédios altos - umas torres - e está toda mal arranjada, como se fosse uma alameda temporária, parecia-me que o nome também devia ser algo de temporário.

Mas hoje andava à procura de saber quanta gente é que habita naqueles prédios ali da Portela e fui ao site da Câmara Municipal de Loures e encontrei, sem querer, informação a respeito do que eram as Linhas de Torres.

Parece que as linhas de Torres (Vedras) foram criadas por volta das Invasões Francesas, com medo de ataques. Criaram-se 4 linhas de Torres e fortificações (3 a norte de Lisboa) e uma a sul, em Almada.

Acho que agora já gosto mais do nome, e talvez em breve venha a gostar mais da Alameda.

p.s. - Como não sei quem é o Almirante Reis gostava que essa grande avenida que vai do Martim Moniz ao Areeiro se chamasse Salgueiro Maia.

Linkografia:

Sobre a Portela:
http://www.amportela.pt/

Sobre as Linhas de Torres:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Linhas_de_Torres_Vedras
http://www.cm-loures.pt/m_FactosHistoricos5.asp

Sobre os nomes das ruas no concelho de Lisboa:
http://www.cm-lisboa.pt/?id_categoria=96




Brasão da Portela
Área:
0,95Km2
População:
15441 Hab.















Portela















Igreja da Portela















Rua da Regueira, Alfama

"Pintada directamente nas fachadas dos prédios, a preto com letras brancas, ou em azulejo clássico, para os arruamentos de bairros típicos da capital, como Alfama e Castelo."