Há aqui na Horta, perto de nossa casa, uma casinha de um senhor. Sempre que por lá se passa podemos ouvir a missa em altos gritos, ou o Quim Barreiros, ou a Júlia Pinheiro ou qualquer outra coisa que nem sempre é bom ouvir em altos gritos. O volume do som contrasta com as dimensões da casa. Mínima, e com a porta aberta numa óbvia tentativa de respirar. Acredito que a gritaria não seja por o senhor ser surdo mas sim por essa necessidade de extravasar as paredes da sua casinha. Que importa se as pessoas da rua estão interessadas em ouvir... o que importa é sair, sair projectado daqui, entornar-mo-nos daqui para fora. Não é um senhor jovem que possa sair correndo até à praia e mergulhar. É uma forma diferente de o fazer, esta.
Assim os carrinhos que no continente se chamam mata-velhos ou papa-reformas abundam aqui, assapam pela marginal, muito quitados e com o tum-ts-tum a bater tão rápido quanto o seu coraçãozinho de carrinho pequenininho.
Engraçado não é? Acho que deve ser por a ilha ser pequenina e por não conseguirem pôr a caldeira a cantar o Hino dos Açores ao atlântico inteiro... cada um à sua escala!!